Aplicativo de celular criado no CPqD ajuda deficiente visual a conferir valor pago com cartão

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Pay Voice instalado no celular permite ao usuário ouvir quanto está pagando antes de digitar a senha nas compras em débito ou crédito. Tecnologia foi desenvolvida em Campinas.

Um aplicativo gratuito de celular para consumidores com deficiência visual permite confirmar por meio de voz o valor das compras pagas com máquinas de cartão de débito ou crédito. E não é necessário estar conectado à internet.

O Pay Voice, já disponível gratuitamente no sistema Android e IOS, utiliza a câmera do smartphone para ler e transmitir ao usuário apenas o valor final da compra à vista ou parcelada.

O App foi desenvolvido pelo CPqD, em Campinas (SP), em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).


E como funciona?

O funcionamento é bem simples. O usuário aproxima o celular - no modo câmera- da tela da maquininha do vendedor e o sistema processa e reproduz em voz apenas o valor final da compra antes de o consumidor digitar a senha, que confirma o pagamento.

O Pay Voice ignora outras informações que aparecem na tela da máquina de cartão como hora da compra e a carga da bateria do equipamento. Esses dados poderiam confundir o aplicativo.

O aplicativo é tão simples de usar que guia o deficiente visual na hora de ele posicionar a câmera do celular para a leitura. Caso o telefone esteja longe da máquina de cartão, o programa avisa para aproximar mais para esquerda ou direita.

E o dispositivo faz a leitura do dado sozinho. O usuário não precisar tirar uma foto, por exemplo.

Celulares têm modo acessibilidade

Vale lembrar que os smatphones mais comercializados atualmente possuem modos de acessibilidade. Eles permitem aos deficientes visuais ou pessoas com grandes dificuldades para enxergar manusear os celulares facilmente para ligações telefônicas e utilização dos aplicativos, entre outros.

Para o pesquisador do CPqD Claudinei Martins, o Pay Voice dá ao usuário não só a segurança do valor que paga pelo serviços ou produtos comprados, mas autonomia.

“Antes, ele tinha que confiar no atendente ou pedir para alguém confirmar no comprovante impresso ou na fatura do cartão”, explica Martins.

Deficiente visual ajudou a criar dispositivo

O analista de sistema Carlos Eduardo Simões trabalha no CPqD e ajudou a desenvolver o aplicativo. Ele perdeu a visão há 18 anos em um acidente de trânsito e confirma que a maior dificuldade para quem não enxerga é garantir que o valor da compra será o mesmo debitado do cartão.

“A maior dificuldade é saber o valor, tem que acreditar nas pessoas”, lembra Simões.

Para ele, outra facilidade do aplicativo é saber se o cartão usado é o correto mesmo.

“Com o aplicativo você sabe o valor que está pagando, ou parcelando aquilo. O aplicativo te dá toda esta autonomia”, pontua o analista de sistemas.

O pesquisador do CPqD Claudinei Martins lembra ainda que se as máquinas de cartão precisassem ser adaptadas para as dificuldades dos deficientes visuais seriam necessários entre cinco a dez anos. O motivo é o fato de o país ter em torno de 4,5 milhões de máquinas de débito ou crédito cadastradas no mercado.

Fácil de baixar

O também pesquisador do CPqd Guilherme Folego explica que o aplicativo Pay Voice está disponível para o sistema Android e IOS, mas com uma restrição de um giga de memória RAM.

“Se você pega um celular [muito baixo custo] que não tem um processador razoável, este processamento pode ficar um pouco lento”, explica Folego.

Em um celular de médio custo, a leitura é feita entre 3 e 4 segundos, sendo que o tempo de operação das máquinas de débito e crédito é de 30 segundos. Este é o tempo que os programas de máquinas de pagamento dão entre o vendedor digitar o valor a ser pago e o cliente digitar a senha.

O aplicativo Pay Voice ainda tem a capacidade de armazenar as 50 últimas compras.

Fonte: https://g1.globo.com/